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Alunos de Graduação do ITA desenvolvem bioplásticos utilizando amido de batata e chá de Kombucha

Tema da pesquisa foi desenvolvido pelos estudantes para auxiliar no combate à poluição

 

Publicado em 24/04/2024 - 10h40

 

Estudantes de Engenharia do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), localizado no campus do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São José dos Campos (SP), desenvolveram um modelo inédito de bioplástico utilizando na composição ingredientes como o amido de batata e o chá de Kombucha, bebida oriental tradicionalmente consumida na China. Como resultado do trabalho, foi desenvolvida uma sacola que se mostrou mais resistente do que outras biodegradáveis comercializadas atualmente, que em geral utilizam apenas o amido de batata como base, além de agredir menos o meio-ambiente.

O projeto foi desenvolvido por um grupo de sete alunos durante o primeiro ano da graduação. Os estudantes propuseram o tema nas atividades de Laboratório de Química, sob a coordenação da Professora Doutora Luciana De Simone Cividanes Coppio e Professora Doutora Elizabete Yoshie Kawachi, com o apoio do técnico Lenilson Afonso dos Santos. “Nosso grupo queria algo que fosse útil, que pudesse ser realmente aplicável, então decidimos desenvolver uma sacola plástica que pudesse contribuir com a preservação do meio ambiente e ser de nossa autoria”, afirmou o aluno Mário Muniz Amorim Filho, um dos membros da equipe.

Sem utilizar derivados de petróleo e os substituindo por produtos biodegradáveis, os alunos buscaram aprimorar as propriedades mecânicas do bioplástico do amido de batata utilizando a celulose bacteriana do chá de Kombucha como carga de reforço. Foram pelo menos seis meses de atividades até que, depois de muitos testes, conseguiram produzir uma sacola com capacidade de suportar 70% a mais de peso do que a sacola de bioplástico convencional, em que não há o reforço de celulose bacteriana. A sacola criada pelos alunos do ITA também apresentou baixa solubilidade em água, o que significa ser mais resistente mesmo em condições adversas, como a chuva.

A Professora Doutora Luciana Cividanes comemorou os resultados e disse que “foi gratificante acompanhar todo o processo, desde a concepção até a materialização desse conceito, com o material pronto”. “O projeto foi desenvolvido totalmente pelos alunos, demonstrando a importância do protagonismo destes estudantes durante a formação, atuando dentro de um dos conceitos fundamentais do ITA, de formar técnicos competentes e cidadãos conscientes”, completou.

O técnico Lenilson Santos comenta que “uma das principais contribuições do projeto de bioplásticos é a introdução de novas tecnologias sustentáveis aos alunos de primeiro ano de graduação”. “Os alunos vivenciam a possibilidade de substituição de tecnologias tradicionais extremamente poluentes por alternativas sustentáveis de baixo carbono”, concluiu.

A pesquisa teve o apoio da ITAEx, associação sem fins lucrativos criada por ex-alunos do ITA para auxiliar na excelência do ensino do Instituto, e venceu, no ano passado, a categoria “Melhores Projetos” no IX Workshop de Química do ITA.

 

Fonte: ITA

Foto: ITA