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Instituto Tecnológico de Aeronáutica

ITA desenvolve projeto de modernização do ensino de engenharia

Objetivo é gerar uma discussão focada nas novas possibilidades no ensino que estimulem o interesse e a efetividade na aprendizagem. Modernização faz parte do Projeto de Expansão do ITA

Não é de hoje que muito se fala sobre o momento de transformação da escola e da educação no país. Novas metodologias, novas técnicas, novas tecnologias surgem a cada dia com um objetivo maior de formação, seja ela em educação infantil, fundamental, médio ou superior.

Em especial na graduação, com foco no ensino da engenharia, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), vem se movimentando para modernizar sua metodologia de ensino, buscando mudanças na formação de novos engenheiros e seus professores.

Segundo Alberto Adade Filho, ex pró-reitor de Graduação do ITA, tendo exercido o cargo de pró-reitor nas três últimas reitorias, essa mobilização se dá devido às grandes transformações em todas as áreas e setores, impulsionadas pelas novas tecnologias – principalmente as de informação e comunicação, pelas mudanças culturais e demandas modernas, e pela própria discussão sobre a atuação do engenheiro e o perfil deste profissional.

“A escola tradicional, centrada na execução de currículos constituídos de disciplinas sequenciais e pedagogicamente isoladas umas das outras, e focada principalmente no ensino por meio de aulas expositivas e magistrais, vem sendo considerada defasada, pouco motivadora e pouco efetiva, sofrendo pressões para readequação”, complementa.

Algumas mudanças no ensino em geral já são visíveis, como a difusão, aceitação e os avanços do ensino multidisciplinar, integrador e mais ligado às práticas e necessidades reais da engenharia. Novas tecnologias estão sendo incorporadas, e observa-se o uso mais intenso do ensino a distância.  

“O ITA encontra-se também em situação peculiar e muito desafiadora, buscando expansão de sua infraestrutura física e humana, de alunos de graduação e de pós-graduação, e de atividades, como novas áreas de ensino e pesquisa, centros de inovação, parcerias, acordos internacionais, entre outros”, explica o professor Adade.

Algumas iniciativas importantes já foram tomadas. Foi realizado um estudo cujo relatório apresentou um reposicionamento estratégico do Instituto, elaborado após ampla discussão com a comunidade interna e membros da Comissão de Planejamento Estratégico da Reitoria, com o objetivo de auxiliar nesta expansão. Foram realizados ainda estudos e as decorrentes alterações curriculares dos cursos de graduação, além de negociações de acordos entre o ITA e outras instituições, nacionais e internacionais, bem como projetos firmados com a Capes e a Finep de suporte ao projeto de expansão.

O projeto de Modernização do Ensino de Engenharia do ITA, agora dirigido pelo atual pró-reitor de graduação, Prof. Dr. Carlos Henrique Ribeiro, já conta com a participação mais ativa de vários professores, norteados por alguns princípios, como:

  • Buscar garantir uma sólida formação básica e geral, mas permitir diferenciação de formação no mesmo curso, dadas as transformações tecnológicas, especializações e heterogeneidade da demanda de atuação e de competências do engenheiro;
  • Proporcionar as bases científicas necessárias para uma educação continuada (ou contínuo aperfeiçoamento) durante toda a vida profissional;
  • Proporcionar um ensino que desafie e estimule continuamente o aluno, que o induza a ser proativo e comprometido no seu próprio processo de formação, e que desenvolva a independência e a autonomia no aprender e na solução de problemas;
  • Proporcionar a educação em engenharia que mantenha e estimule a motivação para o exercício da profissão, durante e após a formação na graduação;
  • Balancear e articular o ensino teórico, o experimental e a prática de projetos, especialmente as relacionadas as demandas reais da sociedade, para uma sólida formação e o desenvolvimento de conhecimentos, competências e habilidades;
  • Reconhecer como parte do currículo formal, um conjunto de atividades extracurriculares e de extensão que contribuam com a formação integral do aluno;
  • Adotar uma pedagogia multidisciplinar e interdisciplinar;
  • Valorizar ainda mais a atividade docente do professor;
  • Estimular a integração graduação e pós-graduação: ensino-pesquisa-desenvolvimento-inovação;
  • Manter a instituição como permanente espaço de desenvolvimento do estudante e do professor;
  • Adotar comprovadas práticas de ensino-aprendizado;
  • Avaliar em todos os níveis e usar a avaliação como instrumento de aperfeiçoamento.

Algumas dessas premissas já têm sido colocadas em prática, como o caso do Laboratório de Física 1 e 2, sob responsabilidade do professor doutor José Silvério Edmundo Germano, do Departamento de Física do ITA. Desde que o professor assumiu os laboratórios, vem propondo aos alunos o desenvolvimento de projetos que apresentem soluções de problemas reais com o principal objetivo de explorar e aflorar em cada aluno o seu próprio potencial. Esses projetos estimulam sinergia com o ensino de outras disciplinas e o envolvimento de professores de outras áreas.

O mesmo faz a professora doutora Elizabete Yoshie Kawachi, do Departamento de Química, por meio do desenvolvimento de projetos continuados de cunho tecnológico. Desde 2014, o Departamento de Química (IEFQ), assim como o de Física, tem recebido apoio de pesquisadores contratados pela Fundação Casimiro Montenegro Filho (FCMF), via projeto FINEP/EXPANITA, para o suporte à reformulação e a novas metodologias de ensino. Este apoio tem sido importante para a implementação de projetos de cunho tecnológico desenvolvidos pelos alunos do 1º ano da graduação, como parte das atividades experimentais de laboratório de química.

Esta proposta tem o intuito de proporcionar maior motivação dos alunos para o desenvolvimento das atividades práticas, através do desafio de suas habilidades técnicas, motoras, intelectuais e de criatividade para solução de problemas e para a inovação. Os projetos apresentam caráter interdisciplinar e têm contado com o apoio de professores, pesquisadores e laboratórios de diversas divisões não só do ITA, como também do IAE e do IEAv, oferecendo aos alunos uma visão mais ampla das possibilidades de atuação profissional. Engenheiros ex-alunos do ITA (como é o caso da Turma 61) também têm contribuído com recursos para dar suporte à realização desses projetos.

A esses exemplos somam-se outros, que serão objeto de relatos específicos.  

Fonte: Assessoria de Comunicação Social - ITA